A poesia do paulista Marcelo Adifa percorre o cosmo e o cosmonauta.
Nasce de um processo semelhante a de um astro celeste, a partir da fragmentação da matéria interestelar em moléculas-vocábulos, mas também é o homem centrado na totalidade das próprias emoções, que não se refletem.
A quem se fizer estrela versa, em poemas de força simbólica, sobre o corpo do tamanho de um universo, em que o subjetivo e o material se harmonizam para protagonizarem uma viagem pelo espaço transcendental, anímico. “Da matéria/as estrelas, areias/o homem que jaz/coberto de luzes”
Adifa consegue capturar o vasto e o íntimo com mesma sensibilidade, relatando os mistérios da vida que nos cercam e a natureza humana, decifrada em seus desejos, suas angústias e suas verdades. “Sendo amor uma estrela é pouco/pois de luz se faz um universo todo/e no descortinar da noite gritam/aqueles que só precisam do aceno/da manhã seguinte, a que sorri”.
Um livro que almeja ser grande e consegue.
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Livro: A quem se fizer estrela
Editora: Penalux
Avaliação: Muito bom